quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Os Pes no Arame 2002

«Os Pés no Arame», que marcou a estreia de Rodrigo Guedes de Carvalho como dramaturgo, que segundo o proprio jornalista começou por ser "um romance que estava ali encalhado". Esteve em cena na Sala Polivalente do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, até 31 de Maio de 2002. A peça conta com a encenação de Isabel Abreu, cenografia de João Parrinha e a participação dos actores Dalila Carmo, Marco d'Almeida, Pedro Laginha e Vanessa Agapito.

Em «Os Pés no Arame» as personagens cruzam-se entre si sem se verem, numa verdadeira representação da solidão. Com bilhetes a um preço de 12,50 euros, a peça foi apresentada de terça-feira a domingo, pelas 22:00 horas.

Este ano a peça volta a estar em cena no teatro da Trindade, com Sara Prata, Renato Godinho que também é encenador, Sofia Nicolson, Igor Regalla.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

MACBETH TEASER

Ardinas.pt sobre Macbeth


O Teatro Experimental de Cascais escolheu estrear Macbeth, uma das mais conhecidas e polémicas obras de Shakespeare, para comemorar os seus 50 anos, e o ARDINAS foi descobrir se a peça é tão amaldiçoada como reza a lenda.
“A Peça Escocesa”. É este o título que atores, encenadores e profissionais do mundo do teatro preferem dar à obra de Shakespeare para evitarem mencionar o seu nome, que se acredita ser maldito. Esta superstição quase se pode equiparar ao terror que os feiticeiros do mundo de Harry Potter tinham de dizerem o nome de Lord Voldemort, preferindo referir-se ao mesmo por Aquele Cujo Nome Não Deve Ser Pronunciado. Este receio mundialmente conhecido em relação a Macbeth poderá ter algum fundo de verdade se se tiver em conta o rol de acidentes, mortes e desastres que a encenação da história causou ao longo dos tempos. O pormenor que mais aviva a memória aos portugueses é o da ocasião em que o Teatro D.ª Maria II foi reduzido a cinzas quando era precisamente esta a peça que tinha em exibição.
Esse é apenas um dos casos que levam as companhias a hesitar encenar a história, e que leva os seus participantes a autênticos “rituais para afastar o azar” se por acidente disserem o título original da peça. Contudo, maldita ou não, a ideia não amedrontou Carlos Avillez, que decidiu levá-la a palco numa altura feliz: o aniversário dos 50 anos do TEC.
Com um elenco recheado de nomes conhecidos do público – entre os mais sonantes encontram-se Marco d’Almeida, Pedro Caeiro, Paula Lobo Antunes, Flávia Gusmão, Cláudia Semedo ou João Jesus, entre muitos outros – a peça prometia e não desiludiu.

Macbeth conta a história da ascensão e queda de um dos casais mais nefastos da literatura britânica: Macbeth e a sua esposa, Lady Macbeth. Consumidos por um irrefreável desejo de chegarem aos cargos mais altos da sociedade escocesa, como Rei e Rainha, e com a esperança acalentada pela visão das Três Bruxas, que predisseram que Macbeth se tornaria primeiro Conde de Glamis, depois Conde de Cawdor e só então Rei, não olham a meios nem se coíbem de matar quem esteja no caminho. Assassinam inclusivamente o Rei Duncan quando este está alojado em casa deles – quebrando a regra mais básica da hospitalidade, exemplo que os Frey voltam a seguir na Guerra dos Tronos – e lançam as culpas sobre os filhos deste, e orquestram de seguida a morte de Banquo, que anteriormente fora um dos amigos mais próximos de Macbeth, para que a parte da profecia das bruxas sobre ele – que seria pai de reis, embora nunca chegasse a ter esse título para si – não se pudesse concretizar. Porém, como não conseguem chegar a matar os filhos dele, esta parte da profecia vai acabar por se realizar a seu tempo, e, segundo se acredita, o Rei Jaime I Stuart é descendente direto deste mesmo Banquo.



Tendo como mensagem principal a de que a depravação de uma relação de amor pode levar à ruína dos seus elementos, a peça vai centrar-se na evolução de Macbeth de general honesto, bom e valente em tirano sanguinário, louco e desesperado.
Esta transformação dá-se tanto pela influência da mulher, cada vez mais sedenta de poder e impiedosa nas suas ações, como pela crença na profecia das Três Bruxas. À medida que o bom senso e a consciência de Macbeth se vão afundando cada vez mais e dando lugar à certeza de que é imortal e invencível – uma vez que as feiticeiras lhe garantiram que “ninguém que tenha nascido de uma mulher fará mal a Macbeth” –, também a sua relação com Lady Macbeth se vai destruindo, e onde ao início havia carinho, confiança e companheirismo, há no final uma indiferença fria.


Marco d’Almeida e Flávia Gusmão provam ser uma ótima dupla em palco. A sua química e o modo como se entregam aos diálogos tão longos, velozes e difíceis, às ações diabólicas e à loucura em que acabam por se dissipar é irrepreensível. Também os restantes atores, quer com papéis mais longos, quer com aqueles em que apenas surgem por meros minutos – como é o caso de Paula Lobo Antunes com a sua Lady Macduff, que apenas tem uma cena mas a domina na perfeição e se torna o centro de todas as atenções – estiveram à altura dos dois protagonistas. Num elenco que misturou jovens e graúdos, a dinâmica das relações foi explorada na medida certa e nada pareceu exagerado ou fora de contexto. Se tanto, pareceu sangrento e maquiavélico, tal como se queria.
A atmosfera tornou-se ainda mais sombria pelo facto de o palco ser tão simples, como convém para não roubar as atenções do público às performances dos atores: além das colunas de metal colocadas em arco pelo palco, para tantas vezes servirem de paredes e esconderijos, os únicos adereços que foram entrando em cena foram o trono da Escócia, a coroa real e uma mesa com um cálice. Ainda que simples, o cenário ganha vida à medida que as cenas se sucedem, e também a música ambiente, ora branda ora ressonante, mantém o público à beira dos assentos, sempre na expectativa da próxima maldade que estiver para acontecer.

Ao longo de três horas, com um intervalo pelo meio da peça para permitir aos espectadores respirarem fundo, recuperarem um pouco a compostura depois da primeira metade e preparem-se para o que ainda estava para vir na segunda, a história desenrolou-se sem percalços ou falhas. Nenhum dos atores morreu, ninguém se magoou, nada pegou fogo e, até à data, nem eu tive mais azar do que o costume por ter assistido, e já ter escrito tantas vezes, o nome da peça.
Talvez toda a superstição seja apenas isso mesmo, portanto não desperdice a oportunidade de assistir a Macbeth, que estará em cena até 27 de dezembro no Teatro Mirita Casemiro, no Estoril.


Fotografias: Câmara Municipal de Cascais, Ricardo Rodrigues

Texto: Jessica Rocha

sábado, 14 de novembro de 2015

Estreia de Macbeth

Diz a lenda que não se pode pronunciar o nome Macbeth. A peça de Shakespeare ganhou fama de amaldiçoada graças a vários incidentes em cena ao longo dos tempos.
O TEC levou a superstição ao limite e até estreou numa Sexta Feira 13.
Tudo correu pelo melhor. A estreia foi um grande sucesso.






sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Macbeth estreia hoje

Hoje o Teatro Experimental de Cascais festeja 50 anos. 50 anos a formar atores, entre os quais estao os melhores da ficção portuguesa.
Tal acontecimento merece ser festejado com algo de especial e Carlos Avillez, o mestre como é conhecido entre os seus alunos escolheu o drama de Shakespeare "Macbeth". O Marco da a vida a Macbeth, e sera acompanhado por Flavia Gusmao como Lady Macbeth.
A estreia tem ja lotação esgotada ha alguns dias.

















terça-feira, 10 de novembro de 2015

Marco D'Almeida fala sobre "combóio noturno para Lisboa


Quando esteve em Lisboa para filmar o "Comboio Noturno Para Lisboa, o Marco contou a blogueira susanajacobettyblogspot.com sobre a sua experiencia de participar neste filme e trabalhar com Billie August.

Para ver aqui

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Macbeth na revista Caras



MACBETH NO TEATRO EXPERIMENTAL DE CASCAIS

De 13 de novembro a 27 de dezembro, com encenação de Carlos Avilez. Uma produção que assinala os 50 anos do TEC


CARAS 

5 DE NOVEMBRO DE 2015, 00:04



Depois do enorme sucesso de Peer Gynt, com sala esgotada quase todos os dias, o Teatro Experimental de Cascais (TEC) prepara uma nova produção Com uma história de 50 anos de Teatro profissional o TEC tem sido ao longo deste meio século a casa de partida para os alguns dos maiores atores do nosso país.
Dia 13 de Novembro assinala-se a data com a estreia de Macbeth, num espectáculo encenado por Carlos Avilez. O encenador e diretor do TEC, o "Mestre" como muitos o chamam, uma figura de referência do teatro em Portugal que contribuiu para a formação de muitos dos maiores atores do nosso país e privou com outros tantos nomes da nossa História. Fernando Pessoa é apenas um entre muitos. Uma história de vida que é indissociável da Cultura Nacional. O TEC tem 50 anos de Teatro profissional e o Mestre Avilez meio Século do seu caminho.
Macbeth conta ainda com nomes bem conhecidos do grande público. São eles: André MarquesBruno AmbrósioBruno Bernardo, Cláudia SemedoFilipe AbreuFlávia GusmãoGonçalo CarvalhoJoão JesusJosé Condessa, Lídia MuñozLuís Lobão, Luiz RizoMarco D’AlmeidaMiguel AmorimPaula Lobo Antunes,Pedro CaeiroPedro RussoRaquel OliveiraRodrigo TomásSérgio Silva e Teresa Côrte-Real.
Macbeth é considerado por muitos a maior tragédia de William Shakespeare. O rótulo de “peça maldita”, graças aos muitos incidentes que ao longo dos anos têm povoado a apresentação dos espectáculos (morte de actores em cena, incêndio de teatros, etc.), ajudou à criação do mito da tragédia, uma história simples e crua, que relata a ascensão e queda do casal Macbeth, que decide conscientemente assassinar o rei Duncan, legítimo rei da Escócia, para ascender ao poder.
Macbeth é na verdade um estudo sobre o mal e a ambição, uma viagem pela possibilidade da não consequência das nossas acções, pela impunidade que nos levaria de forma inevitável a cometer os crimes mais horrendos se tivéssemos como garantia a recompensa e não a punição. É por isso a obra mais negra de Shakespeare, a mais cruel, uma vez que o retrato que o maior dramaturgo de sempre faz da humanidade é pintado a sangue e não a esperança. No final, é o mal que prevalece.
No aniversário dos 50 anos do Teatro Experimental de Cascais, Carlos Avilez reuniu um conjunto de atores que já passaram pelo TEC ao longo deste cinquentenário para celebrar o trabalho de uma companhia de teatro que se mantém tão viva quanto a obra de Shakespeare. 50 anos depois o TEC é ainda uma companhia jovem que privilegia o texto e a celebração da essência do teatro: a partilha.
De 13 de novembro a 27 de dezembro.
4ª a Sábado 21.00h | Domingo 16.00h
Teatro Municipal Mirita Casimiro
Av. Fausto de Figueiredo, Monte Estoril
M/ 12 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Marco D'Almeida os meus filmes de aventuras em moçambique


Texto por lexandra Prado Coelho

Em Moçambique, no final dos anos 70, princípio dos 80 - "eu era puto, mesmo puto..." - Marco d"Almeida passava dias em frente à televisão. "O meu pai tinha um vídeo-clube que foi a minha desgraça". Havia, em particular, um Indiana Jones de que nunca se cansava. "Durante um mês via-o todos os dias de manhã, sabia as falas de cor".
Era o tempo dos grandes filmes de aventuras, dos Indiana Jones aos "Star Wars". Era o tempo em que Marco ainda acreditava que tudo aquilo era verdade. Até ao dia em que um actor que tinha morrido num filme aparecia vivo noutro. "Fui perguntar e explicaram-me que eram actores, que não morriam mesmo. Ficou-me a coisa. Actores? Acho que é isto que eu quero ser".
Acharam que ele era maluco, o que "faz parte da coisa". Mas, mesmo assim, estava decidido. Tinha nascido em Moçambique, em 1974, mas viera para Portugal com sete anos, quando a situação começou a ficar mais complicada. "Não me lembro bem, não são essas as minhas memórias, mas sei que aquilo chegou a uma situação limite, não havia nada já para comprar, mesmo que se tivesse dinheiro". A família resolveu vir para Portugal, ficou durante alguns anos, e quando as coisas melhoraram regressou a Moçambique. Marco ainda voltou com eles, estudou na África do Sul, mas aos 17 anos, com a cabeça cheia de filmes de aventuras e convicto de que "Moçambique não era o sítio ideal para começar" uma carreira de actor, resolveu vir sozinho para Portugal. "Não sabia se ia dar certo, mas não queria chegar a uma certa idade e arrepender-me de não ter tentado". Foi para a Escola de Teatro de Cascais - "li no Se7e que havia lá audições" - mais tarde teve uma bolsa para estudar em Londres, depois outra para Nova Iorque.
Quando começou, de cinema português não conhecia nada. Não se sentia identificado com o que via na televisão, mas ia vendo tudo, porque acredita que se aprende sempre alguma coisa. "Até ter algo de mais sólido em que acreditasse, sempre fui ávido de aprender". O que ia fazer depois, não sabia. Mas não estava preocupado. "Tinha sempre uma alternativa, que era seguir o sol. Onde houvesse Verão eu estava lá. Ia trabalhar em bares de praia, ganhava o meu, e ia seguindo o sol, de mochila às costas", diz, a rir.
Assim, sentado ao sol de Inverno num princípio de tarde numa esplanada de Lisboa, cabelo louro, olhos verdes, barba feita, sorriso solar, parece mais esse adolescente de 17 anos a sonhar ser actor, do que o alferes Gaio do filme de Leitão, soldado de poucas palavras a tentar ser fiel a si mesmo numa guerra com que não concorda. "É uma personagem feita de subtilezas, de escondidos, de não-ditos, de sentimentos que não podem vir ao de cima mas que têm que estar lá. Isso obrigou-me a focar-me imenso para não os deixar escapar".
Marco é diferente de Gaio. Menos contido, mais brincalhão. E as filmagens, quase sempre de noite e no espaço fechado do quartel, puxavam para aí. "Acontece-me haver dias em que estou noutra energia. E ali tínhamos uma energia muito positiva de grupo. Mas sentia que este alferes estava à parte, não dormia na caserna, não tinha aquela relação de camaradagem, de falar das mulheres, das armas, dos negros". Por isso, quando chegava "com o espírito de estar com toda a gente", tinha que se pôr à margem, afastar-se, "para sentir o que é estar fora".

nem deus nem a guerra. O alferes chegou-lhe - num guião ansiosamente aguardado mas que se ia atrasando - ainda pouco delineado. Num filme em que o capitão é um homem com um conflito, e outros são personagens mais cómicas, Gaio "era o menos definido à partida". A personagem foi surgindo de muitas conversas entre o actor e o realizador. "Os conflitos internos, subtis, da personagem, foram sendo trabalhados já nas filmagens. Uma das coisas em que fomos trabalhando foi o facto de ele ser ateu, o facto de não acreditar mas ter um padre como melhor amigo".
Marco aceitara o convite de Leitão (com quem trabalhara em "Até Amanhã Camaradas") quando ainda não existia guião nem personagens. "Quando ele me ligou, nem hesitei". Aceitou porque sabia que o realizador "dá um espaço e uma confiança aos actores, o que é uma coisa rara", e foi esse espaço que lhe permitiu ir construindo Gaio. Nos longos meses de espera pelo guião, quando se chegou a pôr a hipótese de fazer o papel de médico, tentou estudar algumas coisas e, sobretudo, leu as cartas escritas à mulher por António Lobo Antunes, que foi para Angola como médico durante a guerra colonial.
Leitão não lhe deu modelos. "Achei interessante não haver esses modelos de filmes de guerra americanos, com heróis. Ali era uma guerra perdida, num território desconhecido, longe de tudo. Este não é um filme de personagens heróicas". Gaio diz, quase no início, quando o capitão lhe pergunta se não concorda com a guerra, qualquer coisa como "até agora nunca falhei os meus deveres". Foi a essa frase que Marco se agarrou. "A ideia de que se é para fazer então ele faz o seu melhor".
À sua frente tem um capitão, um homem com o qual tem uma relação de conflito, que o manda "naquela primeira missão que não faz sentido nenhum e que aquele fulano decidiu porque acordou com os pés para ali", um homem com um espírito militar muito maior do que o dele, mas que é, ao mesmo tempo, "um turbilhão de sentimentos". E, perante esse capitão - que no fundo confia nele mais do que em qualquer outro - "há uma compreensão, mas não uma aceitação". "Não fui capaz de o trair. Isso tem a ver com os valores do alferes. Não concordo, mas cumpro".
Com esta personagem, que não acredita na guerra e que não acredita em Deus, Marco d"Almeida é, pela primeira vez, cabeça de cartaz num filme. Até agora fez mais televisão - está a fazer a novela Tempo de Viver na TVI ("com o trabalho na televisão tenho surpresas, numa semana sou bonzinho, na outra recebo os guiões e descubro "afinal fui eu que matei a não-sei-quantas") - e teatro, como actor e encenador.
Não sabe explicar o que o leva a escolher uma peça para encenar ou a aceitar uma personagem. Mas, depois de na escola "ser sempre o principezinho, o apaixonado pela princesa, ou o dramático, o revolucionário, e nunca o cómico, o palhacinho da turma", gosta de contrariar essas prateleiras em que se tende a colocar alguns actores. No fim, na decisão de aceitar ou não um papel "está sempre uma história, às vezes não precisa de ter palavras, é o que se quer contar, o que se quer dizer com aquilo". Para mergulhar de cabeça - como fez em "20,13" - precisa de acreditar na história. Desta vez havia tiros, armas, trincheiras, gritos no meio da noite, explosões, e conflitos, como há num grupo de homens fechados num quartel sob ataque.
Era uma guerra a fingir, com holofotes e microfones, e Moçambique recriado na base aérea de Alcochete. Mas Marco d"Almeida acreditou - com a mesma força com que acreditava, quando era "puto", nos filmes do Indiana Jones.

PÚBLICO – 22.12.2006

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Entrevista a Flashvidas em 2012

CONFISSÕES

MARCO D’ALMEIDA: "EU CORRO SEMPRE ATRÁS DA FELICIDADE" 


Actor confessa que sente saudades dos afecto



A viver há dois anos em Espanha, o actor Marco d’Almeida confessa que sente saudades dos 
afectos, dos amigos e da família. Inquieto por natureza, conta que não consegue estar muito tempo 
no mesmo lugar e garante que apesar de desejar ser pai, este ainda não é o momento ideal 
para assumir essa responsabilidade.
- Dá vida à personagem do rei Juliano no filme ‘Madagáscar 3’. Como foi esta experiência? 
- É a terceira vez que dou voz a esta personagem e divirto-me sempre imenso. 
Tive a sorte de me calhar este boneco.
- Como é que surgiu esta oportunidade?
- Por casting. Nos grandes filmes de animação, as vozes são sempre 
avaliadas e enviadas para os Estados Unidos e lá é que decidem se a voz
 é aceite. É preciso haver uma certa aproximação à voz do actor 
original. O mais engraçado de tudo é que, no primeiro filme, estava a 
fazer a voz e a meio da dobragem lembrei-me de dar um sotaque a
fricano à personagem. A equipa de produção adorou e decidiu voltar atrás
 e gravámos tudo desde o início com sotaque. 
- As vozes de algumas personagens já não são as do primeiro filme. 
No caso do rei Juliano, não fazia sentido ser outra pessoa a dar 
voz a esta personagem?
- Disseram-me: ‘É impossível encontrar alguém para te substituir’, 
o que é bastante lisonjeador para mim. Foi algo que me deixou muito 
contente.
- Já faz dobragens de desenhos animados há muitos anos?
- Acho que comecei a fazer no ‘Madagáscar’ e, entretanto, já fiz outros
 trabalhos.
- Gosta deste tipo de projectos?
- Sim. É um lado bastante interessante. As pessoas, às vezes, pensam 
que é fácil, que é daquelas coisas que fazemos em casa por brincadeira,
 mas não é. É um acréscimo à parte técnica que eu tenho como actor. 
Fazer a voz de um boneco e meter na boca dele, que ainda por cima está 
feita para um idioma que não é o nosso, não é nada fácil.
- É algo que o fascina ou faz por diversão?
- As duas coisas. Divirto-me sempre imenso a fazer isto. Há qualquer 
coisa na animação que nos remete para a nossa infância. Lembro-me
 de desenhos animados que via em criança e recordo-me de algumas vozes. 
Nunca me tinha passado pela cabeça, há uns anos, ser eu a voz de um boneco,
 e sempre que faço estas dobragens fico como se fosse um miúdo.
- Como é que recorda a sua infância?
- Feliz, muito feliz. Acordava bem cedo só para ir ver desenhos animados.
- Este trabalho acabou por ser um pequeno regresso a Portugal.
- Estou há dois anos em Espanha, mas tenho vindo muitas vezes a Portugal. 
Estive a rodar, até Maio, um filme em Lisboa 
[‘O Comboio Nocturno para Lisboa’]. 
- Vem com frequência a Portugal?
- Sim, ou para matar saudades ou em trabalho.
- E adaptou-se bem a Espanha?
- Sim. Sou uma pessoa que se adapta muito bem, mas sinto falta 
da parte afectiva, dos amigos e da família, apesar de e
starmos em contacto permanente. 
- O que é que tem feito?
- Faço dobragens, em português, para o canal de desenhos animados
 da Disney, que são gravadas nos estúdios da Disney Ibérica, em 
Madrid e fiz um filme espanhol, ‘Miel de Naranjas’.
- O filme recebeu vários prémios...
- Sim, recebeu vários prémios em festivais. É um filme importante
 para mim. Fiz um papel muito pequeno, aliás, foi mais uma 
participação, mas é interessante porque trabalhei com novas
 equipas e assim as pessoas vão conhecendo o meu trabalho.
- Participar num filme destes abre portas?
- Sim, mas nunca vivo a pensar no que é que as coisas me podem dar.
 Quando recebo os convites nunca estou à espera. São presentes 
que recebo, porque fiz papéis em que me dediquei e mostrei o 
meu valor. É uma recompensa, porque alguém viu um trabalho meu
 e gostou.
- Neste momento está com algum projecto em mãos?
- Tenho sempre algumas coisas que vou fazendo. Gosto muito de 
realização, escrita e montagem. Gostava de ter bases sólidas para, 
quando me apetecer ou tiver oportunidade, ir para o outro lado das
 câmaras. Tenho sempre coisas para fazer e não fico à espera que o
 telefone toque. Não gosto de estar parado, antes pelo contrário, 
gosto de me mexer.
- Está a pensar voltar, em breve, definitivamente para Portugal?
- Definitivamente, acho que nunca vou para lado nenhum. Estou
 em Espanha e, sinceramente, não foi uma decisão muito inteligente
 da minha parte. Saí de um país prestes a rebentar e fui para
 um que acabou por ficar igual. O meu percurso de vida sempre
 foi mais nómada do que propriamente de me fixar num sítio. 
Para construir uma carreira, como fiz em Portugal, são precisos 
alguns anos para trabalhar e as pessoas nos conhecerem. Mas não
 me imagino para sempre em Espanha e a não voltar para Portugal.
- Tem convites para trabalhar em Portugal?
- Recebo propostas com regularidade. Sou um privilegiado, porque 
durante muitos anos amealhei o suficiente para estar numa situação
 confortável e não ter de dizer sim a tudo. Não tenho de vir cá 
sempre que recebo um convite. Venho cá quando se justifica, como
 foi o caso do ‘Madagáscar’. Se calhar, se estivesse no Japão e
 me ligassem para vir fazer o filme, eu vinha, não por uma questão
 económica mas pelo divertimento e continuação da personagem.
- O que é que o levou a deixar o nosso País?
- Queria apostar na formação na área da realização, escrita e 
montagem.
- Portugal é demasiado pequeno para si?
- Não. Portugal é um País enorme e sempre foi. Portugal no mapa
 está praticamente no centro do Mundo, mas as pessoas que têm 
vindo nos últimos tempos a adoptar políticas para o nosso País não 
são as melhores. Tenho viajado bastante na minha vida e à medida 
que vou viajando, cada vez gosto mais de Portugal. É um País enorme
 porque oferece muita riqueza e variedade, de Norte a Sul.
- Viaja por divertimento ou as suas viagens têm de ter sempre 
uma componente cultural?
- As duas coisas. Por exemplo, a Índia conheci porque fui fazer 
a série ‘Equador’, estive a filmar durante quinze dias e depois
 aproveitei para ficar mais tempo para conhecer melhor o país. 
Viajo culturalmente para conhecer novos países, povos, línguas e
costumes.
- Antes de partir trabalhava sobretudo para a TVI. Tinha contrato 
de exclusividade?
- Sim, tinha.
- Não achou que era muito arriscado perder um contrato desse tipo?
- É óbvio que é arriscado desistir de uma estabilidade dessas. 
Eu sou muito inquieto e corro sempre atrás da minha felicidade, da 
minha realização e dos meus sonhos. Prefiro arriscar, mergulhar de 
cabeça mesmo sem saber no que vai dar. Depois tenho o retorno das 
minhas acções e pago a factura daquilo que faço.
- Nunca se arrependeu de ter escolhido a área da representação?
- Jamais. Foi sempre o que eu quis, desde pequeno.
- Sempre apostou muito na carreira. É formado na Escola 
Profissional de Cascais, mas prosseguiu estudos dramáticos no
 estrangeiro. Porquê?
- Não gosto de estar quieto e sempre tive uma ânsia enorme de aprender.
- Portugal não tem escolas suficientemente boas para formar actores?
- Antes pelo contrário. Temos professores excelentes e aprende-se
 imenso com eles. Mas no estrangeiro trabalhamos noutra língua
 e pude fazer musicais, que na altura ainda não havia cá. 
Lá fora têm outra tradição, que não é melhor mas é complementar.
- Já fez televisão, teatro e cinema. Em qual dos três se sente mais 
realizado?
- A maior parte das vezes não tem a ver com o meio, mas sim com as 
pessoas e com o projecto. Para mim, a satisfação é como para os cantores,
 uma coisa é estar no estúdio e outra é um concerto ao vivo. 
Nesse aspecto, o teatro é o teatro, é bom saber que estão várias
 pessoas a ouvir aquela história e receber aplausos no final
 da peça é muito gratificante. A televisão é a coisa mais passageira,
 o cinema é uma arte que é sempre vista e revista e o teatro é o 
momento e acabou. 
- Além de representar, também escreve. Começou por vontade própria?
- Comecei a escrever muito cedo. Alguém sabia que eu tinha vontade 
de escrever e contar histórias e propuseram-me escrever um episódio 
de ‘Casos da Vida’, na TVI. Fiquei fechado em casa durante quinze 
dias, com o telemóvel desligado, e mesmo sem ter prática nenhuma
 esforcei-me e consegui. Foi a prova de fogo e saiu bem. Fiquei muito 
contente.
- E quando é que vamos ver um filme de Marco D’Almeida?
- Havemos de falar, espero eu (risos). 
- Tem algum projecto grande em mente?
- Todos os projectos que nós fazemos devem ser grandiosos,
 mas depois se é grandioso ou não logo se vê. Tenho sempre ideias, 
aliás, acho que é uma das minhas principais características.
- Com tanto trabalho, tem tempo para a sua vida pessoal?
- Sim, é tudo uma questão de equilíbrio. Há momentos em que o 
trabalho me ocupa mais tempo, mas eu sei que depois vou ter de 
compensar não só pelos outros mas também por mim.
- É muito ligado à sua família?
- Sou e não sou. Não preciso de estar sempre com a minha família, 
mas preciso de saber que está tudo bem. Contamos uns 
com os outros, incondicionalmente, mas não tenho necessidade de lhes 
ligar todos os dias. 
- Ainda não tem filhos. Gostava de ser pai?
- Sim, quando fizer 40 anos. Gostava que fosse o meu próximo passo
 em termos pessoais. Acho um bocadinho disparatado ser pai ou mãe aos
 20 anos. Ter filhos é de certa forma condicionante, por exemplo, s
e eu já fosse pai esta mudança para Espanha teria sido mais complicada. 
Eu ainda não quero isso mas hei-de querer. Não quero ser um pai 
ausente, quero acompanhar o crescimento do bebé e para isso é preciso
 abdicar de algumas coisas. Até agora ainda não quis ser pai por estas 
razões.
- Tem sido uma decisão ponderada?
- Sim, nunca foi uma coisa do género ‘vou adiar’, foi simplesmente 
porque eu queria viver e não ter essa responsabilidade. A minha 
profissão implica, por vezes, estar muito tempo fora e não queria
 ter de passar por isso. Como vejo a minha vida, muito agitada, 
acho que ainda não estou preparado para ser pai. Quero estar, 
mas ainda não estou. 
INTIMIDADES
- Quem gostava de convidar para um jantar a dois?
- O rei Juliano, do filme ‘Madagáscar’.
- Quem é para si a mulher mais sexy do Mundo? 
- A minha vizinha da frente.
- O que não suporta no sexo oposto?
- Isso depende de pessoa para pessoa.
- Qual é o seu maior vício?
- Música.
- Qual foi o último livro que leu?
- ‘O Comboio Nocturno para Lisboa’, de Pascal Mercier.
- O filme da sua vida? 
- Não consigo escolher. Há vários filmes que marcaram momentos
 da minha vida, mas não consigo escolher apenas um.
- Cidade Preferida?
- Nova Iorque.
- Um desejo?
- Conseguir realizar filmes.
- Complete. A minha vida é...
- Bela.


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Caixa de correio, Camara Exclusiva, TVI Ficçao




Marco responde a pergunta de uma fa




No programa Camara Exclusiva, da TVI Ficçao, os fas tem a possibilidade de colocar uma pergunta ao seu ator favorito na rubrica "Caixa do Correio". Desta vez foi a fa Ines que perguntou ao Marco como esta a ser a experiencia de volta a Ficçao da TVI.

Ele respondeu:

Ola Ines. Sou o Marco D'Almeida. Estou aqui a fazer Santa Barbara depois de ter feito  Belmonte. Estou-me a divertir imenso, porque a equipa é a mesma. Estou a trabalhar com grandes profissionais. Tenho um personagem que não tem nada a ver com aquele grande maluco da Belmonte. Um personagem muito surpreendente. E todos os dias venho aqui com grande entusiasmo para fazer não sei quantas cenas. Olha, aqui uma parte do texto (mostra a folha com as falas marcadas de azul). Espero que gostes.


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Hamlets (2003)





UMA DUPLA CORROSIVA Será que Deus tem sexo? E se tiver, será grande? Eis uma questão certamente difícil de responder, mas nem Diogo Infante nem Marco d’Almeida prometem dar qualquer resposta às dúvidas existenciais do público. 

Em “Hamlets”, espectáculo que estrearam anteontem no CAL - Centro de Artes de Lisboa, dão corpo a dois actores que respondem a um anúncio para entrar num filme e que, pelo meio, interpretam uma série de sketches mais ou menos cómicos. Eric Bogosian, que já tinha garantido a Diogo Infante o mega-sucesso “Sexo, Drogas & Rock’n Roll”, é o autor dos textos, que giram à volta dos seus temas de sempre: a obsessão ocidental com o dinheiro; a forma “flexível” como todos lidamos com valores morais e princípios éticos; a forma irracional como os americanos temem os árabes e os culpam de todos os males do Mundo. A esses, Diogo Infante e Marco d’Almeida acrescentaram uma piada com sabor nacional: a eterna pequenez dos portugueses, sempre dispostos a embarcar em carneiradas. Claro que nem todos os sketches são ligeiros, e nem todos fazem rir. O sketch sobre o sexo de Deus é apenas um exemplo do humor corrosivo que domina este espectáculo – mais do que o anterior “Sexo, Drogas & Rock n’Roll”. O que é que este trabalho tem a ver com o “Hamlet” do Shakespeare? Pouco, ou mesmo nada. Mas o que é que isso interessa? Ao longo de pouco mais de uma hora, Diogo Infante e Marco d’Almeida entregam--se à cada vez mais popular arte da ‘stand up comedy’, num espectáculo actual e crítico, que não deixará de agradar ao público. Para ver até 30 de Maio. 
UMA PARELHA COMO O BUCHA E ESTICA? Diogo Infante e Marco d’Almeida parecem ensaiar neste espectáculo a criação de uma nova dupla cómica, do tipo Bucha e Estica ou, falando em português, do tipo Toni e Zezé criados por António Feio e José Pedro Gomes. Diogo é Tony e Marco é Johny, dois actores desempregados de carácter completamente distinto: Tony é optimista, vaidoso, tem tendência para falar de mais e parece um bocadinho tonto. Johny é obcecado, nervoso, lento a começar mas imparável assim que ganha balanço... “Hamlets” revela o grande à vontade que Diogo Infante conquistou no registo cómico (o seu pregador é genial!), enquanto Marco d’Almeida, mais inexperiente no género, ainda parece à procura do seu tom. Dêem-lhe tempo...

Fonte: Correio da Manha

Cartas de Mozart

Marco d’Almeida lê cartas de Mozart Algumas das cartas que Amadeus Wolfgang Mozart escreveu à família durante a sua curta mas prolífera vida serão lidas sexta-feira (19) e sábado (20), sempre às 17h30, no Jardim de Inverno do Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, por Marco d’Almeida. O actor será acompanhado pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pela maestra Julia Jones, e ao público serão dadas a ouvir algumas das peças musicais mais significativas da carreira do compositor. 
A britânica Julia Jones, que ocupa desde o início da presente temporada, o lugar de maestro titular da Orquestra Sinfónica Portuguesa do Teatro Nacional de São Carlos, escolheu, em colaboração com o actor Marco d’Almeida, um conjunto de cartas que o compositor Amadeus Wolfgang Mozart (1756-1791) escreveu à sua família na altura em que abandonou a sua cidade natal, Salzburgo, para viver e trabalhar em Viena.   
Por estes textos, que serão lidos pelo actor, perpassa o espírito irreverente e a faceta mais brincalhona do genial compositor austríaco, que apesar de ter morrido prematuramente – com apenas 35 anos – deixou uma obra maior atrás de si (mais de 600 peças), compreendendo quase todos os géneros musicais: música sinfónica, peças corais e para piano, obras de câmara, concertos e óperas. O serão compreenderá a interpretação, por parte da Orquestra Sinfónica Portuguesa, de várias dessas obras, que ilustram a genialidade de Mozart desde a infância até à maturidade artística. A entrada custa 10 euros. 

Fonte: Correio da Manha

Entrevista ao Correio da Manha 22.3.2013








Marco d’Almeida: “Foi um privilégio ter participado” Com estudos dramáticos em Londres e Nova Iorque, o ator Marco d'Almeida foi 'obrigado' a falar inglês com sotaque português no filme 'Comboio Noturno para Lisboa', de Bille August. 
Correio da Manhã (CM) – Como foi esta experiência, algo paradoxal, falada em inglês em Portugal?
 Marco d’Almeida (MDA) – Acho engraçado porque normalmente quando temos de falar inglês, temos de falar bem em inglês. Só que neste caso tivemos aulas para falar inglês, mas com um sotaque português. 
CM- O seu papel decorre durante o período histórico da ditadura. Como se olha hoje para esse período, também do ponto de vista da personagem? 
MDA- Por acaso tive sorte, porque já tinha feito várias coisas sobre o período salazarista (‘Até Amanhã, Camaradas’). A curiosidade de colocar a minha personagem neste contexto também tem a ver com o facto de se tratar de uma adaptação. 
CM- Como foi o trabalho com o Bille August? 
MDA- Ele é um realizador de uma enorme sensibilidade. As personagens da história, que se passa antes do 25 de Abril, como é o meu caso e da Beatriz, são personagens com uma enorme carga emocional e dramática. E ele soube conduzi-las de forma generosa e elevá-las. Porque estava a ver o filme todo. Isso facilitou imenso o nosso trabalho. 
CM- Acha que este tipo de experiência pode trazer outro tipo de colaborações? Sobretudo num ano em que não existe cinema português? 
MDA- Sim espero bem que sim, que esta seja uma porta generosa a abrir-se. No meu caso, foi um enorme privilégio pode ter participado. Seria muito bom para todos trazer produções para Portugal, mas também a oportunidade de trabalhar com atores e técnicos portugueses. 
CM- O que se pode dizer às pessoas para irem ver o filme? 
MDA- Só pelo título, não é o Comboio Noturno para Paris, ou para Milão. Lisboa é a personagem principal. Os escassos minutos na Suíça são cinzentos, mas quando o filme chega a Lisboa o filme adquire uma luz incrível. Tem uma fotografia espantosa. Se eu não me conseguisse distanciar, acho que ficava com muita vontade de apanhar um comboio ou avião para esta cidade. Acho que tem tudo para ser um enorme sucesso.

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